quinta-feira, 1 de maio de 2008

RESENHA: Homem de Ferro. Heavy Metal!!!


Por Nilton Rodrigues


Fato: Homem de Ferro é a melhor adaptação de HQs dos últimos anos. Quando sentei na poltrona para assistir a mais nova empreitada do agora MARVEL Studios, sabia que alguma coisa estava acontecendo de diferente. Sites gringos especializados em "malhar" toda e qualquer estréia blockbuster elogiavam o filme, e nerds cuja especialidade é criticar, esboçavam sorrisos de orelha a orelha em fóruns da internet. Bueno, mas como Zona Fantasma tá cagandulus e andandolus pra que os outros dizem, é hora de tirar a própria conclusão.
Quando os primeiros acordes de "Back in Black" de AC/DC tocam nas caixas do cinema, meu coração dispara, afinal, quando a trilha já dispensa Nickelbacks e Evanescences da vida de sua Soundtrack, já é um aviso "Foda-se, nosso lance é música boa e não clipe no Top 10 da MTV". Alí já somos apresentados à um Tony Stark irresistível, um verdadeiro tótem do cinema nerd dado a luz por Robert Downey Jr (que experimenta um verdadeiro "reboot" em sua carreira após o filme do vingador dourado, merecido diga-se de passagem, pois o cara é um verdadeiro showman), Stark é tudo aquilo que sempre foi no universo "tradicional" da Marvel e potencializado pelo "Ultimate": frívolo, mulherengo, inconsequente, bebaço e carismático até o último fio do cavanhaque. A trama é atualizada para uma audiência mais moderna e nem por isso acéfala, pois os "adaptes" para a telona são funcionais e fazem convergir para o futuro cinematográfico da editora. Uma trama amarrada com um forte discurso anti-bélico, nem por isso piegas e com soantes greenpeace, mas simples, direta e funcional. A armadura é um espetácula à parte, até mesmo aqueles menos ligados pela história do "ferroso" se deslumbram pelos mínimos detalhes da engonhoca. Os efeitos especiais são brilhantes e em nenhum momento se tornam a muleta do filme, mas sim um detalhe que vem a enriquecer o trabalho do diretor Jon Fevreau. Nem mesmo quando o filme parece ir para o lado tio Ben "com grandes poderes vêm grandes responsabilidades", vem Tony e parece gritar com o espectador: "Qualé, esse filme é sobre um gambá genial que veste uma armadura de ferro" e lá vem mais inconsequências maravilhosas. Jeff Bridges faz o típico vilão. Obdiah Stone, ou "monge de ferro" e nos lembra como um Lex Luthor cinematográfico pode ser (oremos!).
Está tudo lá, e para fãs, a película acaba se revelando um gostoso mosaico de referências, desde um certo projeto "secreto" da segunda guerra mundial, a cena em que Terrence Howard olha para a armadura Mark II e diz "você fica para uma próxima vez (máquina de combate), a citação do grupo "Os 10 anéis" (que indica que uma força maior está por trás de tudo. alguem aí falou O Mandarim?), e até mesmo a gênese da famigerada S.H.I.E.L.D.
Ainda no elenco, Gwyneth Paltrow está maravilhosa e linda como sempre no papel de Pepper Potts, a babá do "homi" de Ferro, trazendo o alívio romântico para o filme, tudo muito leve e nada forçado.
Homem de Ferro me fez feliz. Me lembrou os inocentes quadrinhos escritos por Stan Lee no final dos anos 60, recheados de "gags", situações que retiram uma risada espontânea no espectador sem tornar uma comédia pastelão a lá Trapalhões, tudo com um background social, o que torna a experiência, um verdadeiro manjar dos deuses. O filme deu uma nova oxigenada num genêro que parecia fadado a "estupros", como um Motoqueiro Fantasma comedor de Jujubas e uma Elektra descaracterizada e estúpida.
Homem de Ferro, me fez chegar em casa, fechar os olhos e dormir com um sorriso no rosto. Definitivamente dentro da armadura de lata bate um coração.
NOTA 9,5

Dica de pai: fiquem após os créditos finais. E preparem o lencinho.

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