segunda-feira, 15 de setembro de 2008

RESENHA: Hellboy II - O Exército Dourado. É vermelho! É a cor do verão!


Por Nilton Rodrigues



Esperar por uma adaptação de história em quadrinhos para a telona hoje já não é mais um trabalho de Hércules como foi nos anos 90. O filão de “super-heróis” já é um negócio estabilizado, reconhecido e principalmente rentável para os estúdios norte-americanos. Lá estão os medalhões de colantes coloridos como Homem Aranha, Superman e o milhardário Batman.
Mas o bacana é ver como certos personagens um tanto desconhecidos, correm pela dianteira alcançando (quase) a pole position de filme mais divertido da temporada de blockbusters. Estou falando de “Hellboy II – O Exército Dourado”.
Na mais recente produção do oscarizado Guilhermo Del Toro, o nerd gordão mostra porque é um dos maiores apaixonados por cinema fantástico da atualidade. Confesso que o primeiro Hellboy foi mediano, porém uma agradável surpresa e uma atitude louvável em se levar para as telas a criação máxima de Mike Mignola, mas este segundo é realmente um deslumbre, ou seja, divertido, afiadíssimo e ricamente produzido.
Se no primeiro Del Toro apresentava uma visão mais contida do cramunhão sem chifres, agora como os personagens já estão devidamente apresentados, o roteiro e o orçamento permitem muito mais, jogam os personagens numa espiral de emoções que é impossível não lamentar o fim do filme no acender das luzes da sala de cinema.
O cerne do roteiro segue uma diretriz um pouco arriscada, principalmente para a audiência acostumada a tiros e testosterona em forma de película: A paixão entre Hellboy e Liz Sherman, que aqui ganha contornos e questionamentos sobre aceitação e preconceito. Tudo acontece como um delicioso capítulo temperado com sci-fi de “Married with Children”, discussões de casal, dor de cotovelo com um backgroud humorístico e ácido de Del Toro.
A direção de arte do filme é um espetáculo a parte, para quem se impressionou com a riqueza visual de “O Labirinto de Fauno”, em “Hellboy” a fixação em criar seres bizarros leva a overdose criativa. Cenas que se passam no “mercado de Trolls” fazem Mos Eisley de Star Wars parecer uma cantina dos mais distintos cavalheiros.
Johann Krauss, o mais novo integrante do grupinho serelepe de Hellboy é um espetáculo. Um ser com uma vestimenta retrô recheada de ectoplasma. Gentil como C3PO e meticuloso com humor inocente e enrustido como Peter Sellers em “O Convidado Trapalhão”.
Não há muito que dizer sobre Hellboy e sobre seu pai cinematográfico Del Toro. É paixão traduzida em frames. E acima de tudo é diversão descompromissada.
Nota: 8,5

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