sexta-feira, 3 de julho de 2009

RESENHA - Universo DC Especial - Começa a Crise Final


Por Nilton Rodrigues


Xingar a DC Comics nos últimos anos é mais fácil que chutar cachorro morto. Para falar a verdade, a editora americana parece o congresso nacional: muita gente ruim, muita enrolação, um presidente que não quer largar o osso, enfim, uma quizumba desgraçada.
Confesso que sou Decenauta assumido, acho um universo (multiverso) rico em mitologia, em surrealismo fantasioso que só o charme dos medalhões , deuses e semi-deuses da DC podem oferecer. Mas nos últimos tempos, com as sagas que prometiam “abalar as estruturas”, a DC mais parecia um pastor evangélico chato do que uma editora de quadrinhos detentora dos maiores herois de todos os tempos. Sagas megalomaníacas, escritores insossos, tramas malucas e a estúpida pretensão de achar que seus leitores são milionários para poder acompanhar as sagas que se ramificavam pelos 242.512 títulos da editora. Só mesmo Deus para ajudar. E ele chegou, seu nome? Grant Morrison.
Já foi falado aqui da minha admiração pelo careca escocês e não vou perder mais calorias dedais rasgando seda para o maluco. Mas Morrison tem uma característica muito peculiar em seus textos: tornar suas tramas um amaranhado de referenciais culturais sem transformá-las numa pasta gordurosa e mal explicada, ou seja, nada de papo pseudo-filosófico-engana-mané, e sim, roteiros densos, complexos (não confundir com complicados) que necessitam de uma maior imersão por parte do leitor.
E é aí que Universo DC Especial – Começa a Crise Final parece ser um alento para quem achava que “crise” era um eufemismo para a editora. Aqui, o talentoso Geoff Johns e o malucão Morrison tentam limpar a casa, explicando eventos passados e lançando novas perspectivas na tumultuada casa do Superman e Batman. A revista não é um primor, mas coloca as peças estrategicamente posicionadas para o desenvolvimento da saga, contando com bons desenhistas e sequencias primorosas, como o díalogo entre Batman e Coringa e estupenda cena final, uma verdadeira representação quadrinística do ditado “para bom entendedor, meia palavra basta”.
Um gibi curto, apenas 34 páginas, mas consegue entreter e instigar positivamente e, pelo menos até agora, uma pequena pérola. Graças a Deus, digo, Morrison.
Nota: 8

Um comentário:

lucas disse...

ja tou procurando o scan para baixar hehe !!!