quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Review Paul Dianno – Manara Bar. Metal enferrujado...mas e daí?


Por Nilton Rodrigues


Ma oeeee zoneiros, tudo em riba? Titio Nilton vai contar pra vocês como foi o show do Paul Dianno na capital gaúcha. Se não sabe quem é a figura, dou um conselho: deite-se a sete palmos do chão e chame seu porteiro para te enterrar, seu madafaca! Dianno é uma lenda viva do “roqui”, simplesmente o primeiro vocalista do Iron Maiden, ok? Tá bom pra ti??
Primeira coisa que deve ser dita é o local escolhido do show, quem é magal de carteirinha ou forrozeiro de plantão, conhece o Manara Bar, um lugar no mínimo peculiar para acolher um show de metal. Mas não é que o local se revelou acolhedor e bem supimpa? Parece que somos transportados para um Pub londrino. Pessoal ensandecido e muitos punhos para cima fazendo os “chifrinhos”. Confesso que quando cheguei lá, as 19hs, levei um cagaço, pois não tinha nem 30 pessoas na fila, e de acordo com fontes confiáveis ligadas a produção do show, amigas deste nerd que vos fala, dias antes, o show estava perigando ser cancelado devido a insuficiência de ingressos vendidos, mas conforme o sol foi descendo, a galera foi chegando e no final das contas eu já estava lamentando tanta gente hahaha.
Um ponto negativo também foi a equipe organizadora do espetáculo metálico. Num domingo de noite, onde todos os proletariados precisam trabalhar na segunda-feira de manhã, o atraso foi de quase duas horas, isso só para a banda de abertura!!
A banda Ghaya abre a noite, com uma gurizada bem talentosa, porém com um problema que permeia quase todo o cenário rock/metal gaúcho: Incrivelmente parece que estamos escutando sempre a mesma banda: Um melódico com teclados “maneiros” e vocais a lá Michael Kiske. Isso sem contar os trejeitos risíveis de rockstars dos moleques. Mas tá beleza, deu pra aquecer pro prato principal da noite.
Mais atraso. E era visível que o publico Headbanger presente estava “pluto” da cara. Mas foi só os primeiros acordes do clássico “Ides of March” do Maiden começar que a galera foi a loucura. Entra o homem e me assustei com o que vi: Um cara de proporções corpóreas avantajadas, mancando e tossindo que nem cachorro reumático, mas o publico não estava nem aí, cantaram a plenos pulmões (inclusive eu, que estava na frente do palco, sem camisa, suando que nem um porco e agitando bagaraio) todos os clássicos que compreendem os dois primeiros discos da Donzela de Ferro (Iron Maiden e Killers).
Se eu fosse um crítico metido a besta (desculpe o trocadilho), e não tivesse amor pelo Maiden, poderia dizer que o cara está enferrujado e completamente digno de pena, vivendo sempre à sombra de sua ex-banda. Mas isso é um assunto polêmico que só vale a pena ser discutido no bar, tomando uma gelada.
Além de sons de sua carreira solo (que apesar de bacanas, não era isso que o pessoal queria escutar), vários clássicos maidenianos desfilaram como: “Prowler”, “Phantom of the Opera”, “Killers” e “Running Free”. Até uma versão de “Blitzkrieg Bop” dos Ramones foi tocada, muito bem recebida pelo público.
No final das contas, a noite valeu como um aperitivo para março. E foi como ser levado lá para os primórdios dos anos 80, embalados por hinos etenos do rock. Pena que os anos de excessos de Dianno (motivo pelo qual ele foi expulso do maiden em 81) tenha prejudicado tanto sua saúde e desempenho, mas mesmo assim consegue emocionar, mas que verdade seja dita, muito mais pela força dos clássicos do que por mérito próprio.

Inté!

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