sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

RESENHA: "O Gãngster" - Mais uma excelente atuação de Cumpade Washington!


Por Nilton Rodrigues


Calma, não estou falando da mais nova ópera-rock do grupo É o Tchan! O novo filme do Oscarizado Ridley Scott, “O Gãngster”, não podia ter um título melhor. Direto, seco, e frio (no bom sentido), assim como as quase 3 horas da película. Baseado na história verídica de Frank Lucas e sua escalada no submundo do crime, com uma constelação encabeçada por Danzel “cumpade” Washington e Russel Crowe, remonta a saga do chofer de um bandidaço patriarca do Harlem dos anos 70 (“abrasileirando”, seria como um traficante do morro que faz o papel social do estado), que sofre um ataque cardíaco fulminante e deixa para trás um “vácuo” criminológico (nossa, que bonito isso!), e como Washington (o ator, não a capital dos States!), era malandrinho como eu, logo percebeu que era a oportunidade de ser o mais novo “bam-bam-bam” da chinelagem. Muito barbada, porque o rapaz já fazia o serviço sujo do patrão (ou você acha que dá para viver com um salário de chofer?), aí era só partir para o abraço. E é óbvio, não poderia faltar a caçada gato e rato, do policial (Crowe) tentando pegar o dito cujo.
O filme é rico historicamente, pois remonta um passado um tanto negro (sem referências ao protagonista, por favor!) dos EUA, numa época em que as drogas pesadas ainda engatinhavam das ruelas pobres e tecia sua teia rumo à todos os setores da sociedade. Um assunto que já foi explorado no mega-clássico “Scarface”, e desta vez repaginada com sucesso, já que em “O Gãngster” não somos massacrados pelas musiquetas com sintetizadores de “Scarface”. Uma narrativa que até a primeira hora de projeção pode parecer arrastada, mas consegue tomar ares de “cronologicamente ao seu tempo” nas habilidosas lentes de Ridley Scott. Muito mais que um simples filme de máfia, “O Gãngster” brinca com o sentimento de racionalidade do espectador ao mexer em emoções contraditórias à psique de quem assiste, pois em determinados momentos sentimos afeto e admiração pelo mafioso, pela maneira segura que lida com seus negócios, pela frieza às vezes necessárias em certos momentos da vida, pela obsessão e ambição de ser o melhor naquilo que se faz, etc...
Um tapa na cara da geração pós-hippie que desvirtuou o lema “paz e amor” e indiretamente trouxe o caos social às ruas dos EUA, pelo uso sem procedentes das drogas. O filme é escancarado e arregaçado uma crítica ao “status quo” da sociedade norte-americana, principalmente por mostrar um exercito fanfarrão formado por uma geração de jovens desarmados de nacionalismos, servindo de escopo de drogas vindas do oriente, culminando para a falência do estado e fortalecendo a dinastia mafiosa dos guetos. Um filme sujo, ácido e alarmante, e melhor, sem soar como uma campanha piegas de prevenção às drogas do governo.
NOTA 9

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