terça-feira, 18 de março de 2008

Resenha: Cavalera Conspiracy - Inflikted. Não briguem meninos! O "Tinhoso" não gosta!


Por Nilton Rodrigues



Sabe aquele bolo que a sua namorada faz, e você sempre diz que está uma belezura, só pra não dar muito pano pra manga? Pois é, com a carreira do Sepultura pós-Max Cavalera é mais ou menos assim. Por mais que a banda capitaneada por Andréas Kisser lance discos bacanas, especialmente o mais recente Dante XXI, fica parecendo que não tem o gostinho especial daquele bolo que você comeu há um tempo atrás. Mas a gente vai levando.
Depois da saída de Igor Cavalera então, a “receita” parecia estar perdida pra sempre, a não ser que...tcharãm! Os “irmãozes” se reunissem novamente, e foi isso o que aconteceu, depois de mais de uma década separados, de trocar tapas pela imprensa, de roubarem um do outro no bafo e brigar pela última sobremesa da mãe, os rapazes estão de volta fazendo o que sabem de melhor: Barulho de qualidade. Cavalera Conspiracy - Inflikted, que nem chegou às lojas ainda, mas já pode ser encontrado nos melhores torrents, confirma a supremacia dos irmãos briguentos.
São onze faixas que trazem uma salada de fruta adocicada e refrescante, um pouco do conservadorismo da fase “Arise” do Sepultura aqui, uma pitada do vanguardismo de “Roots” acolá, sem esquecer das inspirações mais modernosas de "Soulfly", fazem desta bolachinha um deleite para os apreciadores antigos do “Sepa” e um frescor para os novos fãs que vêm acompanhado a trajetória separada destes ícones do metal nacional. Há tempos os Riffs não eram tão elaborados lembrando uma complexidade thrash a lá Metallica da fase “Ride the Lighting” à crueza de Celtic Frost. Músicas rápidas com um pé fincado no Hardcore como “Hex” e “Nevertrust” também fazem bem ao desenrolar do disco, deixando a audição muito mais orgânica. Literalmente todas as faixas são primorosas, destaque para Max Cavalera, que particularmente acho a melhor performance de sua carreira, o cara está urrando como um urso. Igor mostra velocidade, talento, variações rítmicas e inspiração nas baquetas. Até mesmo aqueles “barulhinhos” constrangedores presentes nos discos do “Soulfly” deram uma maneirada. A galera agradece. Moderno, pesado, e com ares saudosistas. Disco Caça-níquel e oportunista? Pode ser, mas enquanto vocês discutem isso, vou apertar o play.
NOTA: 9

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