quarta-feira, 28 de maio de 2008

RESENHA HQ: Superman 66


Por Nilton Rodrigues



Como leio muitos quadrinhos por mês, fica complicado fazer uma resenha para cada publicação “devorada” por este amigo que vos fala, para isso, precisaria largar meu emprego e minha vida social (não que eu seja um Xicão Tofani da vida). Mas volta e meia dá uma vontade de compartilhar minhas percepções com você, seu internauta desgramado.
Aproveitando o post aí de baixo, nada melhor que resenhar a edição mais recente do escoteiro azul. Em Superman 66, a Panini teve mais sorte que juízo, pois lá nos States a edição era Superman 666, e para isso fizeram um especial de horror para comemorar este número tão levado da breca.
Mas se você acha que isto significa qualidade, pode tirar o cavalinho da chuva. Na primeira história, “A besta-fera de Krypton”, nem o traço sujo e estiloso de Walter Simonson salva o esforço e a mania de inserir elementos mais complexos e surreais no já explorado e chupado universo do Superman. Kal-El desce ao inferno Kryptoniano e dá de cara com os demônios de seu planeta natal. Uma história forçada, que serviu apenas pelo embalo de Halloween Ianque.
Mas temos uma bela surpresa nesta edição, uma história decente da Supergirl (palmas ao fundo). Conhecida como ser a maior mala do clã dos El, perdendo apenas para o cusco Krypto, aqui temos um belíssimo conto narrado pela desconhecida Diana Schutz e arte de Tim Sale, um traço interessante de arte clássica dos anos 50 com um charme retrô daqueles desenhos publicitários americanos. A história mostra de uma maneira doce e muito comovente o primeiro amor da heroína. O roteiro quase derrapa para a pieguice, mas recupera o equilíbrio, e o que sobra ao final da história é um aperto na garganta.
“A queda de Kamelot” é uma incógnita, ao contrário de Superman, ela não decola nunca. Quando pensamos que o roteiro do experiente Kurt Busiek vai deslanchar, nada. A saga está caminhando para o seu final e até agora não achei nada de interessante e original no arco. Mais uma história de vilão megalomaníaco na já parca galeria de vilões do homem de aço.
Mas a grande ejaculação precoce desta edição é mesmo o arco “O último filho”, dado aluz por ninguém menos que...(pausa dramática) Richard Donner, o homem por trás do primeiro filme do azulão. Nas duas edições passadas já experimentamos anarrativa sem lenga-lenga e ágil do cara. E isso não significa ação descerebrada, mas sim, organicidade na história, um verdadeiro prazer literário. Devo confessar que espicho ao máximo a leitura desta saga.
Na primeira edição, vimos o pouso espalhafatoso de uma nave kryptoniana em pleno centro de Metropolis, que era um guri que falava kryptonês e estava muito assutado. Depois a paranóia militar, da imprensa e é claro, atiçando os planos de...(mais uma pausa dramática) Lex Luthor.
Na edição seguinte tivemos Bizarro e uma luta épica contra Superman. Tivemos Lois e Clark adotando o guri e o dilema de serem pais, tudo com tiradas inteligentes e até mesmo tirações de sarro sobre como esconder a identidade secreta do piá (com óculos?). Agora, um trio do barulho escapa da Zona Fantasma e promete aprontar muitas confusões pra o maior super-herói do mundo (nossa, realmente esta chamada foi tirada da sessão da tarede).
Infelizmente esta saga terminou nos States esse mês, e tivemos que dar adeus a Donner nos roteiros. Mas palma, palma, não criemos caniço, muita coisa boa vem por aí para o homem de aço. Que Grant Morrison nos ajude!
NOTA:
“A besta-fera de Krypton”: 4
“Amor Juvenil”: 7,5
“A queda de Kamelot”: 6
“Último Filho”: 9
MÉDIA: vai um, desce dois, menos 2a² = 7

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