quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Splash!

Por Nilton Rodrigues


O famigerado splash. O ogro da propaganda, o Lex Luthor dos layouts, o rapaz de óculos e cheio de espinhas da turma da Archive Institute.
Existe todo tipo de splash, alguns tentam se disfarçar, mas o meliante mais perigoso é aquele que é conhecido pela alcunha de “porco-espinho”, possuidor de tentáculos geralmente com cores tropicais, altamente prejudiciais à layouts e anúncios harmônicos.
O splash é feio, gordo, mulambento, desdentado e neste caso, aparência conta, e muito. Splash é como aquele convidado do casamento que tem a camisa pra fora das calças, ou aquele tio chato que bebe além da conta no Natal de família. É uma peça obliqua, uma ovelha negra, um filho chato que muitas mães ainda dizem agüentar (mas se esquecem que maternidade é uma benção).
O splash é uma lenda urbana, mais ou menos como aquelas que dizem que se você comer e lavar o cabelo é óbito na certa, e se for pensar que até hoje tem muito marmanjo que por aí que põe a toca na hora do banho depois de comer um prato de saladas, a coisa é séria. Ora, se é ridículo não importa, o importante é que alguém disse que isso é bom, ou pior, é necessário.
Com o splash é mais ou menos assim, alguém disse que é bom, que vende e não importa se é o cão chupando manga da propaganda. A ausência do belo e o enrijecimento das noções estéticas em prol dos apelos de venda fariam Paul Hand e Umberto Eco e todos os demais visionários com suas cucas maravilhosas pendurarem as toalhas.
Mas e o varejo? “SPLASH” gritam os conservadores a plenos pulmões. Meus queridos profissionais de propaganda e principalmente amantes da arte de vender, e neste caso, arte entende-se em seu mais puro significado sociológico da palavra - manifestação não estática de modo e estilo de vida de um povo – vocês apresentariam um moleque maltrapilho e desdentado para a sua irmã mais nova? Lembrando sempre que com a sua marca não existe a hipocrisia verborrágica “Ele é feinho, mas tem bom coração”, o princípio é similar quando o assunto é o público, não importado sua classe social, todos merecem beleza.

Nenhum comentário: