quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

RESENHA: O Dia em que a Terra Parou.


Por Nilton Rodrigues


Nada pior do que depois de um dia estressante de trabalho, ver o filho de Will Smith acabar com os planos galáticos de uma pessoa. Pois é, meus caros zoneiros, a nova versão do clássico “O Dia em que a Terra Parou” de 1951 passa anos-luz do charme e elegância do original.
E isso acontece justamente pela película não saber para ande ir, ora é um filme catástrofe, ora é um drama e ora parece os reclames do plim-plim da hora do Fantástico, tamanho o número de “merchã” no filme, de LG a Mc'Donalds.
Mas o pior de tudo é a direção de Scott Derrickson que não fez a lição de casa, e com isso só perde a essência tão pungente de seu antecessor: uma atmosfera alarmista com toques moralistas (no bom sentido) com um background político e assustador. Tudo se transforma no mais do mesmo, cenas amarradas com diálogos constrangedores, atuações deslocadas e efeitos especiais capengas, o que em pleno 2008, um filme blockbuster, o mínimo que podemos esperar são efeitos eficientes, e aqui, até mesmo Gort, o robozão mais assustador do cinema fantástico, transformou-se numa pasta metálica, uma pífia mistura de T-1000 e algum personagem de Buck Rogers, longe do design retrô e frio dos anos 50.
O elenco é engessado, não por culpa dos atores (apenas Reeves, que encontrou um papel à altura: monossilábico, ahahahaha), mas pela narrativa com cara de filmes de ação dos anos 90 (e isso não é um elogio)
E a tentativa de resolver a trama em apenas 5 segundos quando o filho de Will Smith começa a chorar é sofrivel, além, é claro, dos velhos clichês militarescos presentes em todos os filmes que ameaçam a soberânia norte-americana.
A película não é um reboot (tão na moda nos dias de hoje) nem em remake, e sim uma tentativa tristonha de soar modernoso, e com isso, o diretor perdeu algumas diretrizes criativas que são alma da história, e se rendeu ao pior que existe na indústria mainstream.
Nota: 5

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