quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fantasia na realidade


Por Nilton Rodrigues


Eu adoro analogias. Acho que uma das razões da popularidade de nosso querido presidente “o cara” Lula é a capacidade de transformar imbróglios políticos em um gostoso feijão com arroz verbal.
Mas este post não tem nada a ver com politica, mas sim com um pouco de politicagem (pois como todo mundo sabe, não precisa bater ponto na câmara dos deputados para pratica-la).
Voltando as analogias, o cinema é rico delas e muitas vezes são tão gritantes que fazem a diferença na hora de entrar para o hall de clássicos da sétima arte. Portanto não posso fazer outra senão relacionando o mercado publicitário representado por algumas agências com o clássico O Mágico de Oz.
Para quem não se lembra do filme estrelado por Judy Garland, a história é sobre Dorothy, uma garotinha que é capturada por um tornado no Kansas e levada a uma terra fantástica de bruxas, de leões covardes e de espantalhos falantes. Lá, seus novos amigos tentam ajuda-la a voltar para casa, mas para isso precisam dos poderes de Oz, um poderoso mago. Oz se vende como “o cara”. Sábio, onipresente e punidor. Mas para desespero de Dorothy, ela descobre que Oz era uma fraude, uma piada de mau gosto de um homem com problemas de personalidade e muito falastrão.
No mercado publicitário o que não falta são os Oz da maravilhosa terra da propaganda, pessoas cuja imagem são um reflexo num espelho quebrado daquilo que elas gostariam de ser. Indivíduos cheios de frases feitas, de palavras que soam como trovões na noite e chavões cuja originalidade se assemelham aos famigerados splashes do varejo. Mas no final, olhando bem no fundo destas almas infladas, tudo o que resta é um esboço do que um dia pode ter sido um apaixonado pela profissão, mas hoje é um monolito maniático cheio de clichês publicitários.
E para quem acha que as semelhanças com Oz param por aí está redondamente enganado. Em toda agência existe um Leão Covarde, aquele cuja força é descomunal mas é covarde para rugir alto e dominar a “selva”. Têm também os Homens de Lata, enferrujados e duros e os Espantalhos, aqueles que feitos de palha, pegam fogo com muita facilidade. E mais uma série de criaturas fantásticas que só mesmo uma mente fantástica e uma agência podem oferecer. Qual deles é você?
Ah, como eu adoro analogias.

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