quinta-feira, 24 de abril de 2008

RESENHA: Feed. Bllluurppp (isso foi uma ânsia de vomito)!


Por Nilton Rodrigues


Me arrisco a dizer que sou calejado em termos de filmes estranhos e bizarros, e isso significa uma coisa: fica cada vez mais difícil me surpreender com lançamentos ditos “a nova onda do terror”, ou com aquelas críticas altamente explicativas (isso foi uma ironia, ok?) na capa dos DVDs “Excelente – Revista Empire”. Pra dizer a verdade, isso acaba soando quase que como um grito desesperado de fazer uns trocados nas Blockbusters da vida com esses filmes “made for TV” ou “made for DVD”.
Mas FEED me chamou atenção. Havia lido alguns comentários na internet de gente especializada no gênero e algo me disse que estávamos em frente de algo no mínimo diferente. E digo uma coisa amigos Zoneiros, comece a redefinir seus conceitos cinematográficos de doentio, sádico, sórdido e principalmente, para espectadores de estomago fraco, preparem o baldinho, pois o Hugo vem aí.
Neste filme Australiano, a trama é tão alarmante quanto brilhante. Um detetive especialista em investigar casos de violência sexuais em sites da internet, e em uma de suas investigações, dá de cara com o pior maníaco,uma figura fora da casinha, um cara que mantém mulheres como refém em quartos, enfiando comida garganta abaixo, para fazê-las engordarem e depois filma-las e vender na rede mundial de computadores para tarados por mulheres gordas. E o pior, para apostadores, que gastam seu rico dinherinho pra adivinhar quando a baleia vai morrer. Mas isso é a ponta do iceberg, no meio deste mar de podridão e perversão, somos apresentados a personagens hipócritas, com desvios mentais e problemáticos, onde nem o detetive escapa, pois o filme inteiro ele tem atitudes violentas, como bater na namorada, é inseguro e tem sérios problemas de sexo relacionados à infância, que só fazem aumentar a repulsa por todas as personagens da película. Freud daria pulos de felicicidade!
Um nó moral é dado na cabeça do espectador, ao levar em conta muitas coisas que o maníaco exprime como valores morais distorcidos pela sociedade, a idolatria pelo conceito pré-estabelecido de beleza, a moda, e demais assuntos como desvios alimentares e consumismo desvairado e até um “quê” de religiosidade hindu no meio, permeia esta viagem à bizarrice. No meio de tanta nojeira, o Zoneiro mais atento pode denotar teorias evolucionistas e Darwianas na trama, sem contar que o diretor Brett Leonard consegue ir à fundo na mente do psicopata e costura uma teia semi-racional para o ato bizarro, levando em consideração questões como provedor/macho dominante/síndrome de Estocolmo (onde o seqüestrado se afeiçoa pelo seqüestrador), assuntos amplamente discutidos em mesas de bar por psicólogos.
Um mergulho no submundo cibernético, um passeio assustador pelo “lado negro” da internet, e o pior, por maior que haja ficção presente nas quase uma hora e quarenta de filme, a realidade é bem próxima, basta presenciar os dez minutos iniciais, onde o detetive chega no exato momento em que o canibal alemão preso anos atrás na vida real, dava para comer o pênis frito para a própria vítima.
Chocante, alarmante e repugnante. Uma palavra para Zoneiros: aluguem.
NOTA: 9

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