terça-feira, 23 de setembro de 2008

10 filmes para ver antes de bater as botas.

Por Nilton Rodrigues


Gostar de cinema é relativo. Eu gosto de cinema, minha vó também. Mas garanto que ela não trocaria o último capítulo da novela para ir a uma pré-estréia em um sábado chuvoso, por exemplo.
Bueno, o título do post já diz tudo. Infelizmente só coloquei 10 filmes (afinal, o post precisa render uma continuação).

O Poderoso Chefão (1972) - Um clássico atemporal. Um poema brutal com atuações magistrais de Marlon Brando, Al Pacino e uma galera bem supimpa. Simplesmente o filme mais verossímil de máfia e de suas relações interfamiliares.

A Mosca (1986) – David Cronenberg é um cara rodado. Adora temas como ciência e ambições humanas. Junte isso a um roteiro trágico com toques de horror B. Um clássico irretocável e uma lição de moral em cineastas “pra frentex” que fazem terror digital para a geração Playstation. Uma salva de palmas para os culhões de Cronemberg.

Metropolis (1927) – O clássico expressionista de Fritz Lang é tido como o primeiro filme de ficção-científica do cinema, embora isso não se configure em se tratando dos primórdios do cinema mudo. Mas em Metropolis, as aspirações sociais da Alemanha pós-guerra são notadas neste conto de guerra de classes, brilhantemente iluminado. Cenários faraônicos para a época, filosofias Marxistas e um futurismo seco contemporâneo até hoje.

Laranja Mecânica (1971) – Stanley Kubrick é um gênio. Consegue traduzir em imagens e sons, sentimentos das mais variadas naturezas. Em Laranja Mecânica, a história do Neo Punk Alex é temperada com muito pessimismo em relação à juventude e ao futuro. Os diálogos são absurdamente brilhantes.

Inland Empire (2006) – David Lynch é outro cara que quando bater as botas, o mundo ficará um pouco mais real. Pois o irreal e o abstrato são assinaturas que não passam despercebidas pelos filmes do cineasta. Em Cidade dos Sonhos, sua fama foi além do corredor de filmes cults da videolocadora e fez com que uma gama de cinéfilos conhecesse sua peculiar ótica. Mas se Cidade dos Sonhos foi o seu primeiro beijo com a obra Lynchiana, Império dos Sonhos deve se configurar como o seu orgasmo. A coragem de Lynch em desconstruir o cinema tradicional e entregar um roteiro desconstituído de começo, meio e fim faz com que o filme vire um enorme quebra-cabeça ininteligível e nem por isso desagradável. É um filme desbravador de sentidos e inegavelmente uma das maiores obras-primas que o cinema já concebeu.

2001 – Uma Odisséia no Espaço (1968) – Novamente Kubrick. Mas é impossível não citar 2001 como uma das obras mais marcantes do cinema. Ao primeiro acorde da trilha clássica, o universo nos é entregue pela mente brilhante do cineasta. Aliás, o universo sempre foi um mistério para o Ser Humano, e neste filme, Kubrick consegue traduzir todo o mistério e magnitude em imagens e sons da psicodelia da época que influenciariam toda uma leva de artistas contemporâneos. Como disse Steven Spielberg: “O gênero de Ficção-Científica já existia, mas 2001 foi o Big Bang!”. Assino embaixo.

Star Wars (1977) – Se diversão é sinônimo de cinema, Star Wars é o pai do cine-marketing. Uma saga que foi além das galáxias imaginadas por George Lucas e virou um fenômeno pop, merecido, diga-se de passagem. Personagens icônicos, influência de Akira Kurosawa, homenagem aos clássicos filmes de capa e espada e o clássico bem contra o mau. Termos como “A Força”, “Jedi” e até sons como o “vruoommm” do sabre de luz, já entraram para o imaginário popular. Uma aula de cinema comercial feito na raça e no amor. George Lucas para imperador...digo, presidente.

O Bebê de Rosemary (1968)– O medo é a engrenagem do cinema, e é a essência de todos os gêneros. Medo de perder a pessoa que se ama, medo de morar em outro lugar, medo de ser aceito, medo de fantasmas, medo de morrer, medo, medo, medo...Assim foi fácil para Roman Polanski criar a obra de horror “O Bebê de Rosemary”. Sem uma gota de sangue, o filme impressiona pelo seu caráter inocente, que esconde um background macabro e realista de horror palpável. Uma aula de direção. Uma aula de terror.

O Exorcista (1973) – Se existe uma bíblia do terror, “O Exorcista” é o Messias. Todo filme deve ser visto também pelo contexto da época, e inacreditavelmente, o filme ainda hoje é sinônimo de noites mal dormidas e está no topo da lista dos fãs do gênero. A verossimilhança é o apogeu do filme. A impotência perante o sobrenatural e a atmosfera pesada de todo o cenário é marcada pela trilha pungente de Mike Oldfield, outro trunfo do filme.

Pulp Fiction (1994) – Quentin Tarantino é um talento da geração Videocassete. Também pudera, passou grande parte de sua adolescência trabalhando em uma videolocadora, transformando-o em uma enciclopédia pop. Em “Pulp Fiction”, trouxe um aglomerado de citações da cultura ocidental, personagens fabulosos, diálogos marcantes e tirou John Travolta do limbo. Indispensável.

Nenhum comentário: