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Por Nilton Rodrigues
Existem elevadores de inúmeros jeitos: os grandões, os minúsculos, os espelhados, com ascensorista, antigos, modernos, com música, com ar condicionado e os fedorentos.
Mas existe uma lei que se faz presente em todos os elevadores do mundo: a universalidade das conversas que ocorrem em seu interior.
Posso confessar que não sou um exemplo de civilidade e de cordialidade matutina, muito menos um troglodita beberrão, mas também sou afetado pela “síndrome do vai chover hoje”.
Explico: todos os dias quando vou trabalhar (eu e mais a torcida inteira do Flamengo!), pego um elevador, e quando não sou eu a vítima, é alguma pobre criatura que é acometida pelas pérolas da trivialidade elevadorística:
“Mas como esquentou, né?”
“E o teu time, hein?”
“E a chuva, vem ou não vem?”
Interessante notar que no elevador também é lugar de psicanálise e mostrar que a filosofia urbana nasce dentro de uma caixinha de metal que vai pra cima a para baixo, tais como:
Cenário: O rapaz entra no elevador arfando como um cão e começa a passar a mão no rosto e solta a pérola: “Mas como pode, ontem um calorão e hoje esse frio?” (obviamente o indivíduo passou longe das aulas de ciências da sétima série).
Cenário: Um senhor ao fundo do elevador pressiona os lábios e começa a fazer um movimento negativo com a cabeça, e declama: “Tu viu que invadiram a loja aqui do lado, roubaram tudo e deram um tiro no Osmar? Por isso que eu sou a favor da pena de morte.” (um crítico da sociedade, um novo conceito em justiceiro).
Ou quando aparentemente evoluímos a um estágio ainda mais primitivo de comunicação elevadorística, ou seja, nada de construção coesa de frases, apenas palavras soltas ao vento.
Cenário: tiozinho de óculos semi-careca e com uma camiseta do Internacional, abre a boca e diz: “Ééééé!!!” (o dito cujo obviamente ama vogais).
Cenário: zelador do prédio com uma escada na mão entra no elevador e diz: “não é fácil!” (realmente não é fácil...mas o que diabos não é fácil, meu deus???).
Enfim, nunca fale sobre física quântica ou sobre o PIB da Jamaica dentro do elevador. Mas não se preocupe, em breve você será um Jedi na arte de papear no elevador. Por falar nisso, estou vendendo uma cartilha com um curso básico de como se portar dentro do elevador. A primeira apostila é “Como Clark Kent se transforma em Superman dentro do elevador?”. Interessados mandar e-mail para programazonafantasma@gmail.com
Cheers!
Mas existe uma lei que se faz presente em todos os elevadores do mundo: a universalidade das conversas que ocorrem em seu interior.
Posso confessar que não sou um exemplo de civilidade e de cordialidade matutina, muito menos um troglodita beberrão, mas também sou afetado pela “síndrome do vai chover hoje”.
Explico: todos os dias quando vou trabalhar (eu e mais a torcida inteira do Flamengo!), pego um elevador, e quando não sou eu a vítima, é alguma pobre criatura que é acometida pelas pérolas da trivialidade elevadorística:
“Mas como esquentou, né?”
“E o teu time, hein?”
“E a chuva, vem ou não vem?”
Interessante notar que no elevador também é lugar de psicanálise e mostrar que a filosofia urbana nasce dentro de uma caixinha de metal que vai pra cima a para baixo, tais como:
Cenário: O rapaz entra no elevador arfando como um cão e começa a passar a mão no rosto e solta a pérola: “Mas como pode, ontem um calorão e hoje esse frio?” (obviamente o indivíduo passou longe das aulas de ciências da sétima série).
Cenário: Um senhor ao fundo do elevador pressiona os lábios e começa a fazer um movimento negativo com a cabeça, e declama: “Tu viu que invadiram a loja aqui do lado, roubaram tudo e deram um tiro no Osmar? Por isso que eu sou a favor da pena de morte.” (um crítico da sociedade, um novo conceito em justiceiro).
Ou quando aparentemente evoluímos a um estágio ainda mais primitivo de comunicação elevadorística, ou seja, nada de construção coesa de frases, apenas palavras soltas ao vento.
Cenário: tiozinho de óculos semi-careca e com uma camiseta do Internacional, abre a boca e diz: “Ééééé!!!” (o dito cujo obviamente ama vogais).
Cenário: zelador do prédio com uma escada na mão entra no elevador e diz: “não é fácil!” (realmente não é fácil...mas o que diabos não é fácil, meu deus???).
Enfim, nunca fale sobre física quântica ou sobre o PIB da Jamaica dentro do elevador. Mas não se preocupe, em breve você será um Jedi na arte de papear no elevador. Por falar nisso, estou vendendo uma cartilha com um curso básico de como se portar dentro do elevador. A primeira apostila é “Como Clark Kent se transforma em Superman dentro do elevador?”. Interessados mandar e-mail para programazonafantasma@gmail.com
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