Trocas estelares

Por Nilton Rodrigues

Dia 14 de outubro de 2008. Segundo as línguas desprovidas de saliva e (pudores) da internet, é o dia onde os quatro cavaleiros do apocalipse irão tomar chazinho juntos. É aquele momento tão sonhado por Spielberg: a invasão alienígena.

Mas será que vale a pena um reboot no nosso planeta? Um reset no homo sapiens?

Vamos as moedas troca: nos temos Michael Jackson (fase black), temos o friozinho da barriga do bungee jump, molho quatro queijos, Hitchcock, sorvete de flocos, Superman, cheirinho de pizza, trilogia poderoso chefão. Não podemos nos esquecer das férias, da sensação de perder 1 quilo, do momento de tirar os sapatos apertados, da paquera recíproca do ônibus, do ar condicionado no calorão dos pampas. E porque não botar em cheque os porres, os joelhos esfolados e os “galos” na testa?

Temos o famoso “só mais 5 minutos e já acordo”, as mãos com cheiro de bergamota, abraço de pai, beijo de mãe e apertão de irmão mais velho. Temos futebol de botão, Agatha Christie, as piadas, os deboches, os xingamentos, as brigas, para logo depois, as pazes.

Mais para o sul temos o chimarrão, indo para o norte temos a macaxeira. Para jovens e velhos jovens temos o rock. Para os apaixonados, as pernas simbióticas do Tango, para os contestadores, a rima do rap.

Temos a sedutora sombra da árvore lá perto de casa, e também o mistério das pirâmides de Gizé. Temos as deliciosas teorias da conspiração, e os “causos” dos mais velhos.

E os sustos com Drácula, Lobisomem, mula-sem-cabeça, boi tata e caipora? E a imaginação?

Dia 14 está chegando. Remexendo no meu bolso, encontrei estas moedas terráqueas para o escambo intergalático.