segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

RESENHA - O Curioso Caso de Benjamin Button.


Por Nilton Rodrigues


O diretor David Fyncher é um apóstolo da boa idéia. Fez obras marcantes e até similares como Zodíaco e o onírico Clube da Luta, mas não se conteve. Quando multidões pediam uma volta ao gênero que o consagrou, Fyncher fez o quê? Apontou sua mira ao extremo do alvo sedentos por mais um Kevin Spacey frio e calculista. O resultado é o mais que bom O Curioso Caso de Benjamin Button.
Num tempo em que cinema ainda éra respeitado pela alma e não pelos cofres, um certo sujeito de bigode, cartola e bengala profetizou que a vida deveria começar ao contrário, deveríamos nascer velhos e envelhecermos crianças. E é isso o que vemos na película: uma dicotomia entre o que aparentamos e o que somos.
A direção é primorosa, Lynch conseguiu o que poucos conseguiriam: pulso firme e uma sensibilidade invejável ao introduzir no filme o caráter dramático da trama épica sem descambar para uma interpretação cômica por parte da audiência. Nem nos momentos em que um envelhecido Brad Pitt toma banho numa banheira arranca sorrisinhos amarelos da platéia. E isso meus amigos, é sobriedade por trás das câmeras, temperado com uma trilha afiada com o enredo e um elenco estrelado e talentoso.
São quase 3 horas de projeção, em que acompanhamos a jornada da alma humana através do preconceito e da superação.
O desenrolar da trama é gostosa, afetuosa, com uma ótima atmosfera e recriações críveis da sociedade americana sulista.
Por mais que o argumento seja original, o cinéfilo vai perceber a similaridade com o roteiro de Forret Gump - O Contador de Histórias, explorando as desventuras do protagonista pela história sua e do mundo. O filme embora não se caracterize um Road Movie, tem todo o charme de um, apostando na reconstrução histórica com um quê de liberdade criativa e efeitos especias que saem do mais do mesmo, O Curioso Caso de Benjamin Button leva o carimbo de primeiro filmão de 2009.
Nota: 9

Nenhum comentário: