domingo, 15 de fevereiro de 2009

RESENHA - Sexta-Feira 13


Por Nilton Rodrigues


Não adianta procurar músicas de Roberto Carlos sem estrofes sobre amor, não adianta tentar achar um clássico de futebol sem fanatismo e muito menos busque o rebuscado dentro do óbvio.
Sexta-feira 13, o recomeço da fase mais longeva dos filmes de horror e detentora do garoto-propaganda mais conhecido do gênero slasher movie, Jason Vorhees, é deliciosamente clichê e tão óbvio que é impossível sair do cinema sem um sorrisinho no canto da boca e com a sensação de que a sétima arte fez seu papel principal: entreter e ponto final.
Sexta-feira 13 é um contra-senso. Numa época em que, filmes para ser considerados bons, precisam ser complexos e com subtramas, a nova película do maníaco com máscara de hockey é simples, previsível e com uma puta cara de Domingo Maior, daqueles que já sabemos o final, mas mesmo assim ficamos acordados até o fim, felizes da vida.
A volta de Jason em 2009 traz a volta de um gênero que há anos respirava com aparelhos na UTI, os de maníacos mascarados, que na última década só serviam para paródias de comédias B. Mas agora ele está muito bem, obrigado.
Além de um roteiro muito obediente, milimetricamente planejado para o gênero, o filme trouxe as famigeradas mulheres “avantajadas” e “ninfomaníacas” de volta, que obviamente serão massacradas por um facão lá pelo segundo ato do filme.
Sexta-feira 13 tem as mortes mais sangrentas de toda a série (e olha que estamos falando de 10 filmes!), possui um tom, embora divertido, tenso no limite certo e até demasiadamente angustiante.
A razão do sucesso pode ser creditada à Platinum Dunes, empresa especializada em fazer bons filmes de horror com baixo orçamento, vide “O Massacre da Serra Elétrica” e seu diretor Marcus Nispel que tem um apelo plástico inconfundível para este tipo de filme.
Se você ir ao cinema esperando pensar muito, esqueça. O melhor é se divertir como nos velhos tempos. E se você achar um clichê aqui ou alí, você está certo, eles existem, mas foi Jason que começou com eles para o grande público, então dê um desconto. Ou você ainda acha que Roberto Carlos falar de amor é clichê? Neste caso eu chamo de estilo.
Nota: 8

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